MMIPO

José Vieira da Costa
Benfeitor| Irmão | Colaborador

Filho de Gregório Vieira da Costa e de Faustina Rodrigues, José Vieira da Costa morou na rua das Flores, tendo exercido várias funções na Santa Casa da Misericórdia do Porto.

Começou por ocupar o cargo de moço da capela e da sacristia na Igreja Privativa e, em 1747, tornou-se ajudante do Cartório e da Casa do Despacho (atual Sala 07 do MMIPO). Do exercício deste cargo, recebia anualmente dez mil reis.

Fez testamento, nomeando testamenteiro José Lopes da Silva, no qual contemplou a Santa Casa da Misericórdia do Porto com dezoito mil cruzados e com uma morada de casas, e o Recolhimento de Órfãs (atual Colégio de Nossa Senhora da Esperança), pertencente à mesma instituição, com 150$000 reis. O segundo legado foi recebido em março de 1802, tendo o primeiro sido recebido em 21 de março de 1807.

Faleceu a 20 de dezembro de 1801, solteiro, tendo sido sepultado na Igreja da Misericórdia do Porto.

O retrato de José Vieira da Costa é um óleo sobre tela, da autoria de Custódio José Ferreira, que se encontra exposto na sala dedicada aos Benfeitores da Misericórdia do Porto.

Custódio José Ferreira (ou Ferreira Teixeira) foi um pintor oitocentista, provavelmente também dourador, que trabalhou para a Santa Casa da Misericórdia do Porto em 1802, precisamente para a execução do retrato de José Vieira da Costa, do qual recebeu vinte e cinco mil e novecentos reis. Trata-se da única obra conhecida realizada por este artista.

Revelador de uma vertente artesanal da pintura da época, manifesta sobretudo no desenho anatómico, as características físicas do retratado são representadas de uma forma exagerada, designadamente a sua robustez física.

Todavia, nesta obra é possível visualizar determinados elementos que começam a ser utilizados em retratos de finais do século XVIII e inícios do século XIX, como o pergaminho que representa o seu testamento e acentua a sua competência administrativa. A bolsa das esmolas que o retratado segura na sua mão esquerda simboliza o valor da doação ou os peditórios que os irmãos da Misericórdia faziam.


José Vieira da Costa
Custódio José Ferreira, 1802
Óleo sobre tela