Filho de Albino Quaresma de Matos e de Maria Martins, António Quaresma de Matos foi proprietário e morador, pelo menos à data da sua morte, ocorrida a nove de abril de 1916, no Largo de Arca de Água n.º 108, sito na freguesia de Paranhos.
No seu testamento, nomeou por testamenteira sua irmã D. Maurícia da Conceição, à qual deixou o usufruto vitalício de todos os bens e haveres, que constituíam o remanescente da sua herança, com as seguintes obrigações conforme pode ler-se do Relatório da Gerência da Misericórdia do Porto de 1916/1917: "dar às minhas irmãs Carolina de Matos e Maria Martins de Matos, a quantia de nove escudos mensais e a minha sobrinha, referida Deolinda, filha de minha irmã Maria, a quantia de quinze escudos mensais e a minha sobrinha Alvarina, filha de minha irmã Carolina, a quantia de três escudos e 60 centavos mensais."
Estes legados terminariam à medida que as referidas contempladas fossem falecendo. Quando a testamenteira falecesse, a propriedade plena do remanescente do benfeitor passaria para a Santa Casa da Misericórdia do Porto.
O mesmo testamento obrigava a Misericórdia do Porto "(?) a mandar construir em cemitério desta cidade um mausoléu modesto mas decente no qual gastará até à quantia de quinhentos escudos, para onde serei [António Quaresma de Matos] trasladado e onde também serão sepultadas minhas irmãs, se elas assim o desejarem, ficando a cargo da mesma Santa Casa da Misericórdia a conservação e limpeza do mesmo mausoléu (?)", assim é referido no mesmo Relatório.
O retrato de António Quaresma de Matos é um óleo sobre tela, provavelmente de Joaquim Lopes, que se encontra exposto na sala dedicada aos Benfeitores. Natural de Vila Nova de Gaia, Joaquim Lopes (1886-1956) frequentou o curso de pintura da Academia Portuense de Belas Artes, tendo sido aluno de João Marques de Oliveira e José de Brito. Integra a primeira geração de pintores modernistas portugueses. A sua obra encontra-se espalhada por vários museus, como o Museu Nacional de Soares dos Reis, o Museu de Grão Vasco em Viseu ou o Museu do Chiado em Lisboa.
António Quaresma de Matos
Atribuído a Joaquim Lopes, séc. XX
Óleo sobre tela