Da primeira metade do século XVI, aos primórdios da centúria seguinte.
Reagindo aos pintores que impuseram a tradição duma pintura de tipo flamengo, os artistas portugueses da segunda metade do século XVI, educados a partir dos novos modelos oriundos de Itália, romperam com esses valores introduzindo em Portugal uma nova Bella Idea de pintura, primeiro de sensibilidade renascentista, depois perfeitamente imbuída dos valores pictóricos duma estética maneirista de inspiração italiana.
Daí podermos falar duma importante geração de artistas perfeitamente alinhados nos ditames da estética de sabor italianizante, geração essa que se encarregou de fazer chegar às regiões mais afastadas do território português esses novos gostos, agora bem integrados nos valores defendidos por uma Contra-Reforma triunfante e orientados pelos pressupostos defendidos pelo Concílio de Trento.
Desses artistas vamos destacar a obra do Mestre de S. Quintino, Francisco de Campos, António Nogueira, António Campelo, Cristóvão de Morais, Gaspar Dias, Francisco Venegas, Fernão Gomes, Amaro do Vale, Simão Rodrigues e Diogo Teixeira, etc.
De Diogo Teixeira são os quadros que pertenceram ao retábulo do altar maior da Igreja da Misericórdia do Porto, sobre os quais nos debruçaremos com algum cuidado, procurando, a partir da sua leitura, encontrar um conjunto de dados onde se podem sintetizar os valores estéticos que estiveram em discussão durante esse período.
Prof. Doutor
José Manuel Tedim
Moderador:
Prof. Doutor Eugénio dos Santos
