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Fons Vitae
Obra maior da pintura flamenga, o Fons Vitae é testemunha da pujança da cidade e das suas ligações ao Norte da Europa, no século XVI.

O Fons Vitae (Fonte da Vida), com autoria atribuída a Colijn de Coter, está datado de cerca de 1515-1517. É um quadro de grande envergadura (267 x 210 cm), pintado a óleo sobre madeira de carvalho.

O tema da Fons Pietatis, central na pintura, teve grande difusão na época medieval no norte e centro europeu, ligando-se ao "Juízo Final". Está associado ainda ao culto do "Santo Sangue" e, a partir deste, a muitas outras variantes que colheram grande recetividade devocional, como o culto do "Santo Lenho e da Vera Cruz".

Assim, dois importantes temas iconográficos convergem no Fons Vitae:

> No plano terreno, a iconografia régia de D. Manuel I, sendo esta, porventura a única obra existente em que o monarca é retratado com os atributos inerentes à sua ideologia política e quadro espiritual;

> No plano celeste, o tema do "Calvário" associado ao da "Fonte da Vida" e da "Piedade", sendo que o escudo de armas português incluiu a cruz de Cristo e as cinco chagas.

Dada a complexidade do tema e a sua associação à ideologia régia, a pintura poderá ter sido encomendada na Flandres para a Misericórdia do Porto. Seguramente, a encomenda foi realizada por alguém ligado à Misericórdia que frequentava o círculo mais íntimo do monarca.


Fons Vitae (Fonte da Vida)
Atribuído a Colijn de Coter
Óleo sobre madeira de carvalho
Origem - Flandres
C. 1515-1517
267 x 210 cm