Durante a II Guerra Mundial, Portugal (assumidamente neutro) desempenhou um papel muito importante na história do conflito europeu (tanto pela sua neutralidade como pela sua geografia), por ter sido uma das principais vias de saída da Europa, por parte de milhares de refugiados judeus, em fuga do regime nazi.
Na década de 1940, a cidade do Porto foi um porto de abrigo para muitas centenas de refugiados, vindos de 11 países diferentes, forçados a deixar as suas casas para a sua própria sobrevivência. Ao Porto chegaram pessoas de todas as idades, algumas ainda crianças, ricas ou pobres, sozinhas ou famílias completas.
O Memory Map Porto é o nome de um novo e único projeto que permitiu identificar a localização exata de muitas centenas de refugiados da II Guerra Mundial que atravessaram a Europa nos anos 40 e foram acolhidos no Porto.
Alguns ficaram alojados em hotéis e pensões na cidade; outros foram acolhidos em casas de famílias portuenses.
Este projeto, iniciado pela cineasta e curadora da exposição Last Folio Katya Krausova, pelo MMIPO - Museu e Igreja da Misericórdia do Porto e pela Comunidade Judaica do Porto, permitiu saber um pouco mais acerca destas pessoas, bem como, recolher mais de 200 endereços, entre hotéis e casas particulares, onde estes refugiados terão sido acolhidos.
A descoberta de centenas de documentos com o registo destes refugiados tem permitido reconstituir a sua passagem pela cidade do Porto e conhecer as histórias individuais de uma tragédia coletiva. Graças aos documentos recolhidos, alunos de várias escolas do Porto estão a mapear estes locais.
Memory Map Porto nas escolas
O objetivo: O Memory Map Porto quer ser um motivo de reflexão para que a história não se repita. Hoje, mais de 80 anos depois, há de novo um conflito na Europa que está a obrigar as pessoas a abandonar os seus países e as suas casas, na tentativa de sobreviver. O que se viveu na Cidade do Porto não foi «há muito tempo atrás», nem está «tão longe» daqui.
A atividade: O Memory Map Porto convidou algumas escolas da cidade a participar no projeto. Assim, os alunos serão desafiados a fotografar as fachadas e a mapear as moradas onde os refugiados ficaram durante a década de 1940, no Porto.
Nesta atividade os mais novos poderão relacionar-se com os locais que, na sua própria cidade, foram tão importantes para estas pessoas e para o curso da II Guerra Mundial.
Para as escolas esta atividade mostra-se especialmente útil para assinalar o dia 27 de janeiro - Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto e para discutir que o mundo de hoje exige que esta geração abra as suas portas, mentes e corações para a mais recente onda de refugiados e entenda a relevância da famosa frase do escritor Hemingway: "Não perguntes por quem os sinos dobram, eles dobram por TI".