UMA VISÃO CONTEMPORÂNEA
Trata-se de um desafio extremamente gratificante que nos permite divulgar criadores "oriundos de paisagens que divergem na crença e no gosto, nos propósitos e nas justificações".
Dez artistas plásticos aceitaram o desafio de uma encomenda onde se obrigam a responder e a cumprir um enunciado que lhes é exterior e carregado de memórias e lastros iconográficos e históricos que têm de ir ao encontro da religiosidade dos crentes. Estes autores foram desafiados a representar e a expor a sua visão das Obras de Misericórdia, particularmente duas das catorze existentes: "Dar de comer a quem tem fome" e "Corrigir os que erram".
Estas acções caridosas pelas quais se ajuda o próximo, nas suas necessidades corporais e espirituais, são particularmente actuais num período a que se assiste diariamente imagens de desumanidade através dos meios de comunicação social sobre situações de sofrimento, pobreza e exclusão.
O caminho percorrido pelas misericórdias com uma intensa actividade no domínio da solidariedade social é a todos os títulos notável, mas também o é a sua preocupação na actualização do seu imenso património cultural de que é prova o convite a artistas contemporâneos.