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Cultura Judaica na Last Folio: a história de Lopo Dias


Hoje assinala-se o Dia Europeu da Cultura Judaica. 

Neste dia destacamos um documento que integra a exposição Last Folio, patente no nosso museu até 20 de novembro. 

Trata-se de um documento de 12 de janeiro de 1561, do Livro de Lembranças da Mesa da Santa Casa, referente à admissão de um novo "físico" na Misericórdia do Porto. 

Conhece Lopo Dias? 

(Re)descubra a sua história! 


MÉDICO CRISTÃO-NOVO DA MISERICÓRDIA DO PORTO 

Lopo Dias, cristão-novo e genro do Mestre Simão, médico que, até então, estava ao serviço da Santa Casa. Alegando que se encontrava demasiado ocupado, este médico pretendia retirar-se parcialmente e delegar as suas funções no seu genro. Lopo Dias foi admitido não só no cargo, mas também na Irmandade. Mais tarde, tornar-se-ia médico titular, juntamente com Tomás de Brito, outro médico cristão-novo.  

A contratação de Lopo Dias não terá sido uma decisão difícil ou embaraçosa, quer para o provedor em exercício, quer para os irmãos da Santa Casa. 

Porém, volvidos mais de 20 anos, desencadeou-se um processo entre a Misericórdia e a Mesa da Consciência e Ordens sobre a permanência de Lopo Dias na instituição.  

Esta discórdia foi resultado de uma ação intentada por António Ferreira, em 1590, por este ter visto recusado o seu pedido de admissão como médico.  

Valeu-lhe o facto de ser cristão velho para ganhar a ação e ser provido no lugar, apesar de inexperiente na profissão.  

Curiosamente, em 1597, António Ferreira seria assistido na sua doença pelos dois médicos cristãos-novos, os quais foram chamados para o substituir no tratamento dos doentes ao cuidado da Misericórdia. 


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Crédito fotográfico  

Do fisiq.º da casa 

Livro de Lembranças da Mesa da Santa Casa 

1559-1572 

Manuscrito. Tinta sobre papel 

Col. Misericórdia do Porto. Arquivo Histórico. Id. 1279